Pontuação: 83 // Estatuto: Não Livre

181 - Rússia

O Estado detém, quer diretamente ou por procuração, todas as cinco principaiscadeias nacionais de televisão, bem como as redes nacionais de rádio, os importantes jornais nacionais e as agências noticiosas nacionais.

O Estado também controla mais de 60 por cento dos, estima-se, 45.000 jornais e periódicos regionais e locais. A televisão detida pelo Estado é a principal fonte noticiosa para a maioria dos russos e serve, geralmente, como uma ferramenta de propaganda do Governo, enquanto os jornais e estações de rádio com maiores audiências concentram-se, em grande parte, em conteúdos de entretenimento.

Cerca de 61 por cento da população acedeu à internet em 2013, embora o nível seja mais elevado nas cidades. Os russos juntaram-se, em grande escala, às redes sociais e estão entre os maiores utilizadores a nível mundial. O Kremlin aumentou a sua presença internacional, em 2014, com a criação de um novo serviço de notícias multimédia, o Sputnik. O Governo também detém a RT, uma rede noticiosa por satélite, internacional e multilingue.

     

A ocupação da Península da Crimeia pela Rússia e o seu envolvimento no conflito no Leste da Ucrânia ajudaram a conduzir a um aumento dos conteúdos propagandísticos nos meios noticiosos russos e a restrições mais apertadas sobre os pontos de vista contraditórios. A principal agenda noticiosa nacional é controlada firmemente pelo Kremlin. O debate político com significado está, na sua maior parte, limitado a revistas semanais, websites noticiosos e alguns programas de rádio e jornais, que, geralmente, chegam a uma audiência limitada. Estes órgãos operam com o conhecimento de que o Governo tem os meios para os encerrar a qualquer altura.

Embora a Constituição russa garanta a liberdade de expressão e da imprensa, os políticos e os oficiais do Governo usam, com frequência, o sistema judicial politizado e corrupto para perseguir os poucos jornalistas que se atrevem a expor os abusos das autoridades, o que encoraja a autocensura. Aceder a informação relacionada com órgãos governamentais ou via websites do Governo é, na prática, extremamente difícil. As insurgências contínuas, os oficiais corruptos e o crime na Rússia continuam a constituir um perigo para os jornalistas que os cobrem e os restantes órgãos independentes no país estão sob pressão crescente das autoridades.