Rupert Murdoch

Campeão de vendas e audiências, que é capa e faz capas, Rupert Murdoch expande o negócio dos Media ao longo de mais de 6 décadas. O seu império divide-se em duas grandes "holdings":  21st Century Fox Inc. que agrega os negócios de entretenimento e a News Corporation que agrupa as publicações jornalísticas​

A mão (já enrugada) que reinventou os media

Nasceu na Austrália a 11 de março de 1931 e, logo aos 22 anos de idade, deu seguimento ao trabalho do pai na empresa News Limited, que agregava várias publicações regionais.

O seu estágio de preparação no jornal “Daily Express”, em Londres, dá-lhe alguma bagagem para a construção do que viria a ser o império Murdoch. Na News Limited, aposta todas as fichas na dinamização das publicações: escreve títulos, elabora layouts e assiste à impressão dos jornais. Não deixava nada ao acaso; passava tudo por si.

Tanto empenho tinha de resultar em alguma coisa, e resultou num registo de jornalismo mais sensacionalista, de tabloide, que fez sucesso na Austrália e estendeu-se a outros países.

Outra vez em Londres, com 37 anos, Rupert Murdoch adquire o jornal “News of the World”. Em 1969, um ano depois, compra o “The Sun”. Depois, foi só repetir o mesmo processo: ‘tabloidizar’ os dois jornais e lucrar com isso nas bancas.

Como não há duas sem três, Rupert decidiu fazer o mesmo também nos EUA. Comprou o jornal “San Antonio News” em ’73, fundou o “The Star” em ’74 e adquiriu o “New York Post” em ’76.

Três anos depois, em ’79, fundou a News Corp, uma holding da News Limited. Seguiu-se a compra de mais publicações, como o “Chicago Sun-Times”, o “Village Voice” e a “New York Magazine” na América do Norte e o “Times” e o “Sunday Times of London” em terras de Sua Majestade.

O grande passo seguinte foi investir nos mercados da televisão e do entretenimento em meados da década de ‘80, com a compra da “20th Century FOX Film Corporation” e de vários canais independentes da FOX, Inc., a maior cadeia de televisão norte-americana. Estende também um braço do seu império à Ásia e cria o canal “Star TV”.

Além das publicações em si, começou a apostar no próprio mercado editorial. O virar do século trouxe para o império de notícias de Rupert Murdoch a “Intermix Media”, dona da rede social “MySpace”, e a “Dow Jones”, que detém o “Wall Street Journal”.

Só em 2011 é que o legado Murdoch sofre o primeiro grande golpe. O semanário britânico “News of the World”, de 168 anos de idade, publica a sua última edição depois de se ter visto envolvido num escândalo que envolvia escutas. Era o fim do tabloide mais vendido no Reino Unido.

Dois anos depois, Rupert Murdoch anuncia que vai reestruturar o seu império e divide-o em duas empresas-base: a 21st Century FOX Inc. e a News Corporation. Era a separação das águas, com o entretenimento de um lado e os conteúdos noticiosos do outro.

Em junho de 2015, mais de 60 anos depois de ter começado a seguir as pisadas do pai, Rupert Murdoch entrega a pasta dos negócios dos media ao seu filho, James Murdoch.

Se o filho irá ter pedalada para o ritmo do seu pai e do seu avô, isso ainda não se sabe… Mas, seja qual for o desfecho do império Murdoch, vai certamente ser capa de jornal um dia.